Fotos: divulgação
Marcelo Araújo
Minha ideia era preparar uma lista de filmes de terror para indicar na Sexta-Feira 13. Nem me ligo muito a datas, mas ia aproveitar a mítica em torno para dar sugestões de exemplares do gênero. Acabou que não consegui finalizar a tempo de publicar na sexta. De qualquer forma, como escrevo frequentemente sobre esse estilo, resolvi aproveitar estas resenhas e sugerir a quem, como eu, aprecia uma história assustadora. Evidentemente, muitos títulos, mesmo essenciais, ficaram de fora. Estes 40 aqui recomendados poderiam virar 80, 100, sei lá quantos. Apenas nos anos recentes, há uma enxurrada de películas desse tipo e muitas são de qualidade. Lembrei de obras que servem de referência por época. A partir daí, o leitor tem condições de pesquisar mais a respeito. Ao se deparar com Nosferatu, que abre nossa lista, lembraremos de pérolas do expressionismo alemão como O Gabinete do Dr. Caligari e As Mãos de Orlac. As películas de horror dos anos 30, como Drácula e Frankenstein, conduzem a outras não mencionadas na lista, como White Zombie e A Noiva de Frankenstein. Ju-On The Grudge serve como ponte para Ringu (O Chamado) e tantas criações do terror oriental. A maioria absoluta das produções listadas aqui teve lançamento em DVD ou pode ser encontrada em serviços de streaming. Os mais antigos, anteriores aos anos 40, são achados no YouTube por já terem caído em domínio público e não haver mais cobrança de direitos autorais. Quem sabe elaboramos nova lista com filmes que ficaram de fora. Divirtam-se.
1 – Nosferatu (1922) – Realizado por F.W. Murnau, este marco do expressionismo alemão deveria ser a primeira adaptação cinematográfica de Drácula, do escritor irlandês Bram Stoker. De certa forma é, porém, a dificuldade de chegar a um acordo com os herdeiros do autor impediu a empreitada com o nome do personagem título do livro. Um filme de terror dos mais importantes, com a figura pavorosa do Nosferatu encarnada por Max Schereck no clima sombrio dos cenários expressionistas.
2 – O Fantasma da Ópera (1925) – Um dos clássicos do horror dos tempos do cinema mudo é esta adaptação do livro do francês Gaston Leroux estrelada por Lon Chaney. A maquiagem monstruosa é capaz de deixar muita entidade atual no chinelo. Rodado em Hollywood, tem influência evidente do expressionismo na narrativa sobre as peripécias do ser mítico que assombra um grande teatro.
3 – Drácula (1931) – Tod Browning dirigiu este filme para a Universal. O personagem vivido pelo ator húngaro Bela Lugosi, com o cabelo engomado, vestido de capa preta, camisa branca e gravatinha, se tornou o modelo por décadas para adaptações sobre o conde da Transilvânia que suga o sangue dos humanos.
4 – Frankenstein (1931) – Se Bela Lugosi personificou o protótipo de Drácula, coube ao inglês Boris Karloff, sob direção de James Whale, encarnar a imagem do monstro de Frankenstein que virou ícone da cultura pop em outros filmes de horror, quadrinhos, desenhos animados, programas de humor e tudo mais. Normalmente, há um equívoco em chamar o monstro de Frankenstein, quando na verdade o romance de Mary Shelley tem no título o sobrenome do cientista Victor. Com seu corpo construído com partes de vários cadáveres e trazido à vida por meio de um raio, o monstro se torna uma ameaça à vida humana.
5 – M. O Vampiro de Dusseldorf (1931) – Um serial killer espalha o terror por Berlin, assassinando crianças. Dirigido por Fritz Lang, é um dos cantos de cisne do expressionismo alemão. Chama a atenção no filme quando aparece a sombra do vilão assobiando um tema de Grieg toda vez que se prepara para atacar uma de suas inocentes vítimas. O ator Peter Lorre como sempre arrasa.
6 – O Homem Invisível (1933) – James Whale dirige esta adaptação da novela de H.G. Wells estrelada pelo inglês Claude Rains. O ator vive Jack Griffin, descobridor da fórmula da invisibilidade, fenômeno que também parece afetar malignamente sua personalidade. Uma obra-prima na fronteira do horror com a ficção científica, característica das histórias criadas por H.G. Wells.
7 – O Lobisomem (1941) – A lenda do homem que se transforma numa criatura misto de humano e lobo ganhou várias adaptações nas telas. Nesta versão do diretor George Waggner, Lon Chaney, Jr. faz o papel do jovem Larry Talbot, que passa a virar o homem-lobo após ser atacado por uma fera.
8 – O Médico e o Monstro (1941) – Victor Fleming, cineasta de …E o Vento Levou e O Mágico de Oz, trouxe às telas esta adaptação da obra de Robert Louis Stevenson com Spencer Tracy no papel do cientista que, vítima de uma experiência, tem a personalidade dividida. Uma é a original, boa, o Dr. Jekyll. A outra que surge a partir de uma transformação é a de Mr. Hyde, homem cruel, cuja principal finalidade está na pratica do mal. Interessante que temos ainda no elenco Ingrid Bergman e Lana Turner, cujas personagens se tornam os dois amores do Médico-Monstro, com características no caráter que atraem para elas, por razões diferentes, as duas faces do protagonista.
9 – Drácula (1958) – Primeiro filme de horror do estúdio inglês Hammer, com direção de Terence Fisher e com Christopher Lee no papel do conde da Transilvânia. Adaptação mais livre do personagem concebido por Bram Stoker. Este Drácula abre caminho para a sensualidade nos filmes de vampiro, que até se fazia presente em histórias escritas do gênero no século XIX, mas que nas telas ficou contida por algum tempo.
10 – Psicose (1960) – Uma das obras-primas do mestre do suspense Alfred Hitchcock. Psicose é baseado no livro de Robert Bloch, que por sua vez se inspira no caso real do assassino Ed Gein. A direção genial de Hitchcock, a trilha sonora nervosa de Bernard Herrmann e a atuação magnífica de Anthony Perkins constituem pilares dessa ficção assustadora.
11 – Black Sabbath (1963) – O nome que inspirou a famosa banda de heavy metal é o título em inglês para o filme italiano I Tre volti della paura, chamado no Brasil de As Três Máscaras do Terror. Nem só de produções anglo-americanas vive o mundo do horror. Mario Bava deu destaque à Itália neste cenário. São três episódios: A Gota D’água, O Telefone e Wurdalak. Bava conhecia bem a fórmula para meter medo e explorar a fobia das trevas, como aqui percebemos.
12 – O Bebê de Rosemary (1968) – O fantástico Roman Polanski dirige enredo perturbador que envolve o jovem casal Rosemary (Mia Farrow) e Guy (John Cassavetes). Eles vão viver em um prédio com uma vizinhança para lá de esquisita. Trata-se do edifício Dakota, em Nova York, onde John Lennon passou os últimos anos de vida e foi assassinado na porta, em 1980. Grávida, Rosemary percebe um clima amistoso estranho entre seu marido e os demais moradores, até descobrir que existe algo terrível à espreita. A trilha sonora tem assinatura do magnífico pianista de jazz polonês Krzysztof (lê-se Shistof) Komeda.
13 – A Noite dos Mortos Vivos (1968) – Ainda que não seja o primeiro filme sobre zumbis, a obra de George Romero definitivamente se tornou a principal referência para esta escola de mortos-vivos famintos para tirar uma lasquinha dos humanos. Tradição esta que inclui A Volta dos Mortos Vivos (1985), Guerra Mundial Z (2013), o coreano Invasão Zumbi (2016) e a popular série de TV The Walking Dead. Nesta produção independente em preto-e-branco, um grupo de pessoas resiste em uma casa a um ataque de mortos reanimados.
14 – O Exorcista (1973) – O cineasta William Friedkin criou uma película apavorante sobre a menina Regan, interpretada por Linda Blair, que é possuída por uma entidade do mal. Vai ser difícil expulsar o tinhoso do corpo da garota e aí reside a força da história. Um paradigma para os filmes de exorcismo e que tratam do tema da possessão demoníaca.
15 – O Massacre da Serra Elétrica (1974) – Tobe Hooper criou um dos pilares do gênero de horror de psicopatas, com uma família de freaks canibais que massacram um grupo de jovens. A exemplo de Psicose, The Texas Chainsaw Massacre (título original) tem inspirações na história do assassino Ed Gein. Destaque para o abominável Leatherface, personagem que usa máscara confeccionada com carne humana. O clima árido e sombrio dá a tônica desta peça original sobre a brutalidade. Houve trocentas continuações e reboots mas nenhum chega perto do original.
16 – Tubarão (1975) – Filmes de monstros da natureza não são muito a minha praia. Literalmente. Fujo dessas coisas (rs). Brincadeiras à parte, o Tubarão de Steven Spielberg é o melhor exemplar cinematográfico de horror com animais. Esqueça essas bobagens com anacondas, crocodilos, piranhas e mesmo outros filmes de tubarões. Mar Aberto (2003), baseado em relato real, é exceção. O mérito de Spielberg está justamente em explorar o suspense advindo do perigo oculto nas águas, dando menos destaque à monstruosidade do animal.
17 – Profecia (1976) – Uma das simbologias mais exploradas em filmes de terror é a do Anticristo, segundo o Novo Testamento, entidade oposta a Jesus e que dominará os homens. O primeiro filme da série tem direção de Richard Donner (Superman e Máquina Mortífera). O embaixador Robert Thorn (Gregory Peck) não sabe, porém, seu filho Damien é na verdade cria de Satã e tem como destino virar o famigerado Anticristo. Alertado por um padre sobre o perigo que o garoto representa, Robert só se dá realmente conta do mal próximo após ocorrerem mortes de algumas pessoas.
18 – Carrie, a Estranha (1976) – Primeiro romance de Stephen King a virar longa-metragem e já começou pela porta da frente, com direção de Brian De Palma. Sissy Spacek faz o papel de Carrie, adolescente tiranizada em casa pela mãe, uma fanática religiosa. Na escola, por não se encaixar nos padrões convencionais, sofre bullying dos colegas. Sem ter paz em momento algum, começa a manifestar poderes telecinéticos. A história vai num crescendo de tensão até o último minuto. Temos John Travolta em começo de carreira como um dos jovens que persegue a pobre Carrie. Azar o dele.
19 – Halloween (1978) – John Carpenter dirigiu um dos filmes mais copiados de todos os tempos. O modelo do psicopata mascarado, que assassina suas vítimas com requinte de crueldade, inspira até hoje uma leva de produções sanguinárias, que inclui Sexta-Feira 13, A Vingança de Cropsy, Baile de Formatura, Dia dos Namorados Macabro, Pânico e Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado, entre dezenas de outros.
20 – O Iluminado (1980) – O autor do livro que inspirou o filme, Stephen King, já disse que não gostou desta adaptação. Ironicamente, é a melhor versão para a tela de um de seus livros, feita pelo mestre Stanley Kubrick. As sacadas visuais do diretor de 2001 e Laranja Mecânica dão status de obra de arte à história de King, sem abrir mão do terror forte e claustrofóbico, em uma das melhores atuações da carreira de Jack Nicholson como o escritor ensandecido.
21 – Sexta-Feira 13 (1980) – Sean S. Cunningham dirigiu o marco inicial de uma das franquias de maior sucesso da história do cinema de terror. O primeiro filme tem seu valor, ao explorar o suspense em um acampamento em que jovens são atacados por um misterioso assassino. À medida que as continuações da série surgiram a fórmula se desgastou, inclusive com um patético duelo entre os matadores Jason Voorhees e Freddy Krueger ou Jason no espaço. Brincadeira!
22 – Evil Dead (1981) – A atual febre de mortos-vivos desesperados por morder os vivos também deve um pouco a esta obra-prima de Sam Raimi, com Bruce Campbell no papel principal. Um grupo vai parar em uma cabana abandonada na qual descobre um cassete que liberta entes malignos que possuem os humanos. A versão de 2013, do uruguaio Fede Alvarez, também é boa, carregando ainda mais na violência. Tem que ter estômago para assistir, mano velho.
23 – Poltergeist, o Fenômeno (1982) – Steven Spielberg escreveu esta história e produziu, deixando a direção para Tobe Hooper, de O Massacre da Serra Elétrica. Uma família vai morar em uma casa recém-construída e se depara com fenômenos sobrenaturais (essa história você já ouviu antes). Os efeitos especiais ajudam a carregar no terror e há um clima de fantasia certamente com o toque de Spielberg. As sequências não empolgam tanto, porém, pior é o remake chatíssimo de 2015.
24 – A Hora do Pesadelo (1984) – A hora do sono é quando descansamos de uma jornada cansativa, relaxando e recuperando nossa energia. Certo? Não no filme de Wes Craven, em que o terrível Freddy Krueger invade os sonhos das pessoas para matá-las. Então, não feche os olhos, mesmo que por alguns segundos, pois o demônio do sono virá em seu encalço. Johnny Depp, em início de carreira, dás as caras nesta produção, mas quem brilha mesmo é Robert Englund, no melhor papel de sua carreira, como o irônico e sanguinário espírito. A exemplo de Sexta-Feira 13, as continuações são fracas.
25 – Drácula de Bram Stoker (1992) – Francis Ford Coppola, de O Poderoso Chefão e tantos clássicos, deu outra dimensão ao célebre personagem criado pelo escritor irlandês, retirando a caricata imagem do vampiro engomadinho. Gary Oldman no papel do nobre bebedor de sangue trouxe dramaticidade que até então não era o forte do vampiro. Cenários e fotografia esplêndidos constituem outro atrativo.
26 – A Bruxa de Blair (1999) – Mais do que marketing, a inovação na obra dirigida por Eduardo Sánchez e Daniel Myrick é um mérito. O filme foi apresentado como documentário encontrado em uma floresta americana, feito por três jovens que desapareceram na busca pelo mito de uma antiga bruxa. A ideia da câmera na mão, mostrando o ponto de vista dos personagens, dá um gás no desespero. A fórmula deu tão certo que 18 anos depois ainda é bastante copiada.
27 – Os Outros (2001) – Nicole Kidman estrela este surpreendente conto fantasmagórico dirigido pelo chileno-espanhol Alejandro Amenábar, que ainda assina a trilha sonora. O clima assombrado dá bons sustos e o enredo se revela inteligente.
28 – Ju-On – The Grudge (2002) – Poderia ter escolhido outros filmes japoneses para compor a lista, no entanto creio que este, de Takashi Shimizu, seja o mais representativo. Um crime violento cometido em uma casa em Tóquio faz nascer uma maldição, que consome todo aquele com quem mantiver contato. Quando Ju-On surgiu, na virada dos anos 90 para 2000, o cinema de horror em Hollywood vivia tempos de menor criatividade. Os orientais sinalizaram novo caminho para o terror, com espectros absolutamente assustadores tomando o lugar de figuras já caricatas, como Jason e Freddy Krueger. Não à toa, os americanos refilmaram várias produções do País do Sol Nascente e adjacências.
29 – A Casa dos Mil Corpos (2003) – Egresso vocalista da banda de metal White Zombie, Rob Zombie estabeleceu bem-sucedida carreira como diretor de filmes de terror, nos quais parece sempre reverenciar a cultura pop dos anos 70, valorizando as trilhas sonoras e resgatando elementos de road movies clássicos. Aqui o Massacre da Serra Elétrica surge como referência imediata quando dois casais acabam aprisionados por uma família de psicopatas.
30 – Wolf Creek (2005) – Em visita à Austrália, duas jovens britânicas contratam um guia local para passeios turísticos pelos desertos daquele país. Ao chegarem à tal Wolf Creek (Cratera do Lobo), o carro que estão usando pifa. Conseguem carona com uma figura caipirona e aparentemente prestativa chamada Mick Taylor (não é o ex-guitarrista dos Rolling Stones). Mal sabem que estão indo para um caminho extremamente perigoso.
31 – A Chave-Mestra (2005) – Num filme de Ian Softley, Kate Hudson interpreta Caroline Ellis, enfermeira que vai para uma velha casa na Louisiana para cuidar de um idoso doente. Lá, recebe da esposa do paciente uma chave-mestra para abrir todas as portas da residência. No cotidiano, descobre uma atmosfera sobrenatural relacionada a ritos de magia outrora praticados ali. Além da história intrigante, blues de primeira na trilha sonora.
32 – O Lobisomem (2010) – O diretor texano Joe Johnston retoma a história do homem lobo com Benício Del Toro no papel da fera e com Anthony Hopkins como seu pai. A carnificina rola solta com efeitos especiais, mas um dos méritos do filme é reviver a ambientação dos filmes góticos dos anos 30 e 40. Benício inclusive ficou com a cara daqueles atores antigos que interpretavam entes sobrenaturais no cinema.
33 – O Último Exorcismo (2010) – O cineasta Daniel Stamm ataca no estilo falso documentário a la Bruxa de Blair. A equipe de uma TV acompanha o reverendo Cotton Marcus em um exorcismo de uma jovem no interior da Louisiana. Acostumado a se valer de farsas em sua atividade, Cotton desta vez se depara com um fenômeno que irá mexer consigo.
34 – Sobrenatural (2011) – Um dos mestres contemporâneos do terror, James Wan concebeu uma fantasia ao mesmo tempo aterradora e onírica. Um casal se vê em desespero quando um de seus três filhos mergulha num coma profundo. Terminam descobrindo que a causa do problema não é clínica. O espírito do garoto está preso em um ambiente de trevas e espíritos tentam roubar seu corpo. Há um quê de Tim Burton nesse filme, particularmente na entidade principal.
35 – A Mulher de Preto (2012) – Daniel Radcliffe havia acabado de sair da série do bruxo Harry Potter para personificar Arthur Kipps, sob direção de James Watkins. Esta produção inglesa se baseia no romance de Susan Hill, bem interessante, por sinal. Um jovem advogado que trabalha em um escritório recebe a missão de fazer o inventário de uma mulher recém falecida. Para isso, viaja a uma pequena cidade britânica. Ao chegar à localidade, presencia fatos estranhos, como a morte de crianças. Eventos mais estranhos ainda ele testemunhará nos momentos em que vai passar na casa da falecida mulher.
36 – A Entidade (2012) – Ethan Hawke é o protagonista desse terror dirigido por Scott Derrickson. Cá temos a história de Ellison, um escritor que se muda com a família para uma casa na qual descobre, no sótão, rolos de filmes com assassinatos. Ao investigar o mistério, Ellison começa a enfrentar uma terrível força sobrenatural. Bem assustador.
37 – Filha do Mal (2012) – Sob direção de William Brent Bell, este é mais um dos exemplares da safra recente de filmes no formato de falso documentário. Durante um exorcismo, a possuída Maria Rossi (Susan Crowley) mata três pessoas. Após este episódio, é internada em um manicômio em Roma. Sua filha, Isabella (a brasileira criada nos Estados Unidos Fernanda Andrade) viaja até lá para documentar imagens e tentar entender o que aconteceu com a mãe. Prepare-se para cenas bem nervosas, de tirar o fôlego.
38 – Invocação do Mal (2013) – Outra vez James Wan em um dos filmes mais assustadores dos últimos tempos, baseado em fatos supostamente reais. Acompanhamos uma família que passa a ser vítima de fenômenos horripilantes ao se mudar para uma casa antiga. Então entra em ação o casal Ed e Lorraine Warren, os mais famosos demonologistas e estudiosos de fenômenos paranormais dos Estados Unidos. Eles tentam enfrentar a entidade que atormenta os moradores daquele lar e impedir que uma tragédia acabe ocorrendo.
39 – Corrente do Mal (2014) – Um daqueles fortuitos encontros entre o cinema de arte e o terror, que remete à linhagem de mestres como David Lynch e David Cronenberg. O diretor David Robert Mitchell capricha na estranheza ao narrar a história de uma maldição transmitida por meio da relação sexual. O “infectado” começa a ver estranhas figuras, que o perseguem para matá-lo. A única esperança de escapar é transando com outra pessoa, que passa a ser o portador da maldição. Há quem diga que Mitchell criou uma espécie de metáfora para doenças sexualmente transmissíveis. O fato é que realizou uma película original, com fotografia esmerada, planos abertos e uma trilha sonora que remete a Kraftwerk, Tangerine Dream, Brian Eno e outros vanguardistas.
40 – A Bruxa (2015) – Uma das melhores produções de terror da atualidade, ainda que muitos fãs do gênero não a tenham compreendido. De fato, não é um filme daqueles que reservam muitos sustos, de fazer o espectador pular da cadeira. Ao invés disso, o diretor Robert Eggers apostou em um clima de tensão psicológica de caráter nitidamente sexual. Afinal, estamos na América nos idos de 1600. Por conta de divergências religiosas, uma família puritana da Nova Inglaterra é expulsa da comunidade na qual vive. O casal e seus filhos vão morar isolados, perto de uma floresta. Em meio à solidão, acontecimentos misteriosos trazem infelicidade e pânico ao lar cristão. Paranoia ou manifestações do além. Você decide!