E veio a tempestade

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Ontem choveu muito em Brasília. Um temporal que durou três horas arrasou a cidade.
Árvores arrancadas, relâmpagos riscando o céu, trovões em alto volume, viadutos transformados em rios, carros submersos, pessoas andando com água até o pescoço e tentando escapar da correnteza.
Caos absoluto por toda a cidade.
Mas um fato me fez ter certeza de que se tratou de um dilúvio. Foi quando, horas antes da tempestade, Noé passou perto de minha casa recolhendo casais de bichos.

Pra quem ama os animais

chinchocas

Guilherme Fernando é um grande amigo da minha esposa, Michelle. Automaticamente, também o considero amigo. Foi ele quem nos deu de presente dois valiosos tesouros, os cães Elvis e Jorginho, fantásticos companheiros de todas as horas.

Um dia desses, ele revelou-nos sua imensa tristeza quando uma chinchilla morreu em seus braços. O fato lhe arrancou lágrimas e lhe causou profunda dor. Alguns talvez riam disso, o que considero absoluta insensibilidade. Para mim, o amor aos animais está reservado aos donos dos mais nobres sentimentos. Guilherme cria em sua casa, pelo que sei, cães, pássaros e um jabuti. Compartilho completamente dessa afeição aos bichos, riqueza que muitos sem coração insistem em maltratar.

O amigo de minha esposa me pediu que escrevesse texto falando da relação que temos com essas adoráveis criaturas. Por esse motivo, crio estas linhas com extremo prazer. Falar dos animais e defendê-los é uma tarefa que me empolga a cada dia da minha vida.

Respeitar outras formas de vida significa valorizar a natureza que nos envolve e o mundo onde habitamos. Infelizmente, desde sempre, o homem, em geral, insiste em tratá-las com maldade. Afinal, o que esperar de um ser que aniquila os próprios semelhantes com guerras e as mais terríveis formas de exploração? Os humanos desenvolvem coisas fantásticas, como a arte e a ciência, porém são capazes de exibir um lado não tão venerável, sombrio, violento.

Fico absolutamente indignado com notícias recorrentes de gente que tortura bichos, como os cachorros, logo eles, tão fiéis, que nada cobram e estão dispostos a nos dar carinho. São vítimas constantes, assim como gatos, cavalos e burros que sofrem abusos como bestas de carga, e as milhares de espécies da terra e do mar que padecem com a caça predatória, a poluição, os experimentos de laboratório e outros atos inescrupulosos. O homem só não percebe que ao destruir o meio ambiente cava a própria sepultura.

Mas enquanto existirem figuras como Guilherme e os voluntários das ONGs que acolhem animais abandonados, enquanto houver quem dedique carinho aos nossos irmãos que não podem falar para se queixar e se defender nem tudo estará perdido.

Mãe Natureza, proteja seus filhos!

Marcelo Araújo

Diálogo

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– Vai embora quando?
– Tomorrowland.
– Vai lunchear onde?
– Pensei naquele italiano. Conhece?
– De nome. Mas tá tendo aquele festival de gastronomia portuguesa, num hotel.
– Cara, vamos? Podemos ir sábado. Já vou ter voltado de viagem.
– OK. A gente combina. Até queria sair pra almoçar agora. Só que os cachorros tomaram vacina ontem. Estão com febre, vomitando. Não comem direito e o pequeno não consegue andar. Estão muito mal. Ficamos acordados até quatro da manhã por causa deles.
– Putz. Então podemos deixar o almoço pra outro dia.
– Beleza.
– Acabei de ver Trapaça. Mais ou menos. Lobo de Wall Street é melhor.
– Quero ver… o Lobo.

Rolling Stones perdem seu homem do suíngue

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Mesmo não sendo membro oficial dos Rolling Stones, o saxofonista Bobby Keys contribuiu bastante para o som da banda nas últimas quatro décadas e meia. Nascido no Texas em 1943, o instrumentista morreu na manhã desta terça-feira (2 de dezembro), em sua casa, no estado americano do Tennessee. O músico sofria de cirrose, doença que ataca o fígado, e iria completar 71 anos no próximo dia 18.

O primeiro disco dos Stones no qual Bobby Keys tocou foi Let It Bleed, de 1969. Até recentemente, ele colaborou com o grupo de Mick Jagger tanto em gravações de estúdio quanto nos shows. Entre os momentos marcantes do seu estridente e suingado sax tenor com os britânicos estão os solos de Brown Sugar, canção gravada em 69 e lançada em 1971 no álbum Sticky Fingers, e Miss You, do disco Some Girls, de 1978.

Vale destacar que Keys acompanhou os Rolling Stones em suas excursões brasileiras. Tive a oportunidade de vê-lo ao vivo em 1995, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, durante a turnê do CD Voodoo Lounge. Suas intervenções incríveis traziam elementos do soul e do funk aos Stones, contrapondo balanço às guitarras roqueiras de Keith Richards e Ron Wood.

Além dos Stones, Bobby tocou em trabalhos de inúmeros artistas, como Harry Nilsson, B.B. King, Maroon 5, Dave Stewart, Joe Cocker, John Lennon, Bo Diddley, AC/DC, Lynyrd Skynyrd, Donovan, Carly Simon, Eric Clapton e Chuck Berry.

Em 1972, o saxofonista gravou um belíssimo álbum solo que leva seu nome, com influências de rock, soul, funk e fusion. Participaram do projeto nomes como Ringo Starr, Jack Bruce, George Harrison, Klaus Voorman, Felix Pappalardi, Nicky Hopkins, Leslie West e Dave Mason.

Devido à complicação de seu quadro de saúde, Bobby não pôde participar da recente digressão que os Rolling Stones realizaram na Oceania, no mês de outubro. O cenário nada animador acaba de se confirmar com essa morte. Perdemos um grande talento instrumental do rock’n’roll. Seu fôlego cheio de energia fará falta.